Arquivo mensal: agosto de 2015


O armistício de ’44, agora em 2016!

Walküre é um RPG “Hard Sci-Fi”, realista, simulacionista e militar, com toques de espionagem, infiltração, intriga, suspense, operações clandestinas… e exploração, exploração espacial. O cenário do jogo é rico e detalhado, complexo e muito verossímil, com algumas licenças poéticas, que tem início em uma história elaborada a partir de um resultado alternativo, mas plausível, para a Segunda Guerra Mundial, onde os alemães não perderam a guerra, mas também não conseguiram a vitória, tudo foi resolvido com a assinatura de um armistício em 1944.

O mundo está dividido em três blocos: Aliados (Estados Unidos da América e Reino Unido, entre outros), União Soviética e o Terceiro Reich e seus aliados do Eixo. A humanidade está atolada em uma eterna Guerra Fria, que se estende para além do século XX, atingindo uma era avançada da exploração espacial, onde os três grandes disputam pela supremacia, usando intriga política, traições, guerrilhas, espionagem, terrorismo e grandes avanços tecnológicos.

Os jogadores serão envolvidos em intrigas, brigas e escaramuças de um mundo dividido entre ideologias inconciliáveis, imerso em uma guerra fria que é disputada tanto na Terra quanto no espaço, com a raça humana tendo iniciado seus programas de colonização do Sistema Solar por volta do ano 2075. Há bases estáveis em Marte e na Lua, cruzadores estelares, fragatas, estações espaciais, elevadores espaciais, e uma grande estação de batalha do Terceiro Reich, chamada Walküre.

Saiba mais em: http://goo.gl/LkYxLK

Estação Walküre

 


Fuga, um pergaminho Jadepunk

Por Benjamin Feehan

Shen colocou um pouco do sombrio fluido verde nos enferrujados copos de lata. As mãos calejadas que seguravam cada copo eram brutas, dedos imundos com sujeira debaixo das unhas serrilhadas. Algumas tinham até dedos inteiros faltando, a sentença de um gangster Kaiyumês ou uma sangrenta oferenda às engrenagens de alguma máquina em uma mina nas profundezas por aí. À sua esquerda, um marinheiro aerês, ainda tentando aplacar a dor das queimaduras que os guardas usaram para remover sua tatuagem de jade vermelho. Shen duvidou que algum dia os dedos do homem voltariam a ser o que eram. Não que alguem conseguisse voltar a ser o mesmo depois de uma “visita” ao Campo de Trabalho da Montanha Diyu.

Suas próprias mãos estavam até que relativamente limpas perto às destes homens amargurados pela vida. Shen era magricelo e usava óculos, e, zombando, o capataz logo enviou o pequeno Túyangano para o serviço de latrina: “Eu preciso de homens com fibra. Ninguem tem tempo pra ler na minha montanha. Pena que você não cresceu em uma fazenda.”

Fétido assim, Shen não poderia ter escolhido um trabalho mais apropriado pro que planejara. Inspeções surpresa e a vigilante Capitã Jora garantiam que tudo que vagamente lembrasse contrabando era muito bem distribuido entre os guardas. No entanto, ninguem se dava ao trabalho de checar as cabanas fedorentas de madeira no final do acampamento, onde ele passava seus dias, selha em punho.

Levaram três meses, mas os homens finalmente conseguiram um bule adequado. Se passou outro mês até que o mãos-leves do Alistair conseguisse roubar a garrafa de whiskey Kinardbaliano do sargento noturno. E então as ervas, que foram adquiridas pelo próprio Shen. Pé-de-cabrito era comum nas montanhas, mas as ervas de chá amarelo só cresciam perto de água limpa na primavera. Convencer o Cabo Kai que alguns punhados bem preparados iriam salvar seu casamento resolveram o problema. Depois disso, foi só questão de conseguir o pálido pó verde que os homens às vezes achavam em escavações mais rasas. Um punhado aqui, um aperto de mão ali, e Shen chegou até a achar um pouco enrolado em uma folha debaixo de seu cobertor, em uma certa noite.

Sacrificando sua única meia para guardar o pó, ele combinou os ingredientes sobre uma pequena chama. Esses meses de espera lhe deram o tempo preciso para construir um sistema rudimentar de câmaras e válvulas abaixo das latrinas, com as quais ele filtrava o fedor do gás inflamável produzido por anos de esgoto apodrecendo. Ele cuidou da chama por sete dias, mantendo o pó, o whiskey e as ervas o mais perto da ebulição possível, e no oitavo dia, estava pronto.

Shen mexeu o líquido em seu copo. “Lembre-se, isto não vai durar muito tempo. Assim que sentirem o efeito começar, façam.”

O marinheiro estremeceu quando cheirou o conteúde de sua caneca. “É bom que isso funcione.”

Veio então um coro de engasgos e falta de ar conforme eles iam se forçando a beber. Então, na escuridão da senzala, eles esperaram. Um minuto depois, o tamborilar começou. Em algum ponto no fundo de seu crânio, Shen a sentiu chegando. Era viva e primordial, como o aroma dos campos de arroz de seu pai, na primavera. Ele conseguia senti-la percorrer espinha abaixo, lenta e forte como o antigo carvalho no templo da vila, sua raízes levantando as placas de granito do pátio.

Um palito de fósforo se acendeu e Shen conseguiu virar apenas à tempo de ver os olhos negros de um mercador naramélico brilhar e tornarem-se verdes vivo. Houve um estalo quando alguem, literalmente, atravessou o chão com o pé, e à seu lado, o marinheiro gritou: “Agora sim…”

Movendo-se como um gato selvagem, Alistair foi o primeiro a sair. Uma guarda com uma lanterna piscou e morreu conforme o marinheiro enfiava o punho através de seu peitoral. Shen fez a curva e seguiu pelo caminho mais curto para os aposentos do capataz e arsenal do campo. O efeito só duraria até lá, e na metade do caminho, um guarda puxou o revólver. Sempre houve uma política de atirar primeiro na Montanha Diyu. Shen tomou quatro balas e só teve tempo de vê-las ricocheteando em seu peito como pedras ricocheteiam em um tronco de árvore. Ele deu um golpe certeiro no pescoço, agora quebrado, do homem. Um momento depois ele derrubou, à chutes, a porta reforçada com ferro do posto de comando.

Fuga

O capataz estava em seus trajes noturnos, mas seu longo e curvado sabre de comandante já estava em punho e foi de encontro ao antebraço de Shen com um tinido. Ele colocou as duas mãos na lâmina e a torceu, fazendo com que o aço se rendesse com um gemido e um segundo depois, o capataz foi jogado por sob sua mesa como se tivesse sido chutado com a força de um qixiniu raivoso. Ele gemeu. “O que é isso? O que você está fazendo?”

Shen catou o molho de chaves do capataz de cima da mesa. “Jade verde, seu imbecil. Pena você não ter crescido em uma fazenda.”


Bem vindo a Jadepunk! 3

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O Cenário

O mundo no qual fica a Cidade de Kausao não aprendeu a explorar recursos naturais que nos são familiares, como petróleo, gás ou os ingredientes para fazer pólvora. O que eles têm em vez disso é o místico jade, que quando refinado provê poder e utilidade a dispositivos mecânicos conhecidos como “jadetecnologia”. Estes dispositivos são responsáveis por toda sorte de tecnologia, desde o revólver de jade vermelho de um pistoleiro à tatuagem protetora de jade verde do alquimista e naus que não velejam no mar, mas no próprio vento!

As cinco cores de JadeJade

Jade é o que faz o mundo girar. Ele abastece cidades, faz dispositivos fantásticos funcionarem e dá um semblante moderno ao mundo de Jadepunk. É o recurso mais valioso do mundo. Existem cinco cores de jade, cada uma com seus atributos: Verde (força), Vermelho (poder), Azul (mudança), Branco (liberdade) e Negro (quintessência, ou o inexplicável).

Jadetecnologia

Quando refinado, o jade adquire propriedades mística e seu maior uso é como um componente em dispositivos jadetecnológicos. Indústrias modernos, como as que se amontoam na Alameda das Refinarias, na Cidade de Kausao, estão transformando a produção de jadetecnologia um processo quase-automático, uma verdadeira linha de produção. Ainda existem muitas partes no processo que requerem componentes manufaturados, mas produzir um dispositivo jadetecnológico está mais fácil que nunca.

A Cidade de Kausao

O “centro do mundo” fica localizado sobre os maiores depósitos de jade conhecidos (e os únicos veios de jade negro), é o lugar com a economia mais forte do mundo. Das margens do Alto Porto até o reduto da Alameda das Refinarias e o Baixo Porto, a cidade exala indústrias, dinheiro e desespero. Aeronaves vêm e vão o tempo todo, barcos são remados e impulsionados por turbinas de jade azul pelos rios gêmeos e tributários da cidade. Tudo parece ter vida nela, das refinarias que trabalham com jade bruto, aos vendedores de rua nos vários mercados. A cidade tem de tudo, mas este tudo sempre tem um preço.

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As Grandes Nações

As Grandes Nações descobriram a região de Kausao. Elas deixaram de lado suas diferenças para construir a infraestrutura que hoje é a Cidade de Kausao. Portanto, tudo desde a cultura da cidade até sua arquitetura foi influenciada por cada uma dessas nações. Existem outras, algumas até mesmo com significativas embaixadas dentro dos limites da cidade, mas nenhuma controla pedaços dos distritos da cidade como as grandes nações fazem.

  • O Império Aerum: Uma nação industrial e aventureira, Aerum é reconhecida por suas invenções mecânicas e uso do jade branco, que lhes permitiu uma das maravilhas jadetecnológicas do mundo: a cidade flutuante de Kinardbal.
  • Kaiyu: Uma cadeia de ilhas ao sul da Cidade de Kausao, do outro lado do violento Mar Tempestuoso e lar dos kaiyumeses, um povo navegador que preza pela família e honra acima de tudo.
  • Naramel: Vindo dos traiçoeiros desertos do sudoeste, os naramélicos aprenderam respeitar o povo e seu habitat através de tradições nômades, tornando-se habilidosos negociantes e mediadores.
  • Túyang: Um povo inquisitivo e inteligente, os túyanganos se orgulham por ter a mais longa história registrada em escrita e também ter o sistema educacional mais avançado do mundo. É incomum ver um túyangano que não seja treinado em um campo ou outro.

 

O Conselho dos Nove

Nada mais que marionetes controladas pelo governador, este corpo eleito administra a região de Kausao como representantes de seus respectivos governos. Consistindo de dois membros de cada uma das grandes nações, e encabeçados pelo governador da região, o Conselho reina com punho de ferro através de seus magistrados corruptos, que fazem a legislação diária, e uma complexa, e igualmente corrupta, teia de vigias, guardas, coletores de impostos e várias guildas e organizações que operam sob sua permissão.
Palácio do Governador

A Jianghu

Uma sociedade informal de individuos e organizações com um ideal em comum, que existe para se opor aos males da corrupção e injustiça, onde quer que esteja. Eles seguem o código de Xia e acreditam que um único indivíduo possa fazer a diferença. Qualquer um pode se proclamar um membro da Jianghu, pois seus ideais se baseiam em ações contra os corruptos, não em palavras escritas ou discursos pomposos. Eles lutam pelo benefício dos cidadãos comuns da cidade, mas ninguém concorda exatamente o que “benefício” signifique. Desta forma, a Jianghu consiste de quantidades mais ou menos iguais de almas benevolentes e justas e chefões do submundo e gangues de rua.
espada de jade verde

Jadepunk: Contos da Cidade de Kausao em breve…

Há uma rebelião em andamento. Alguns indivíduos se ergueram contra seus governantes malignos para melhorar as condições do povo e liberar a Cidade de Kausao. A que lado você irá se juntar?

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No mundo de Jadepunk, os jogadores representam alguns desses individuos, prontos a acabar com um governo corrupto e que só faz pisar na massa. Monopolizando todos os recursos mais básicos como água, comida, e até mesmo abrigo, para saciar suas vontades.

espada de jade verde

Através do Jade, um recurso natural que quando refinado adquire propriedades místicas, uma nova era de prosperidade tecnológica chegou não só à região de Kausao, como a todas às quatro Grandes Nações. O problema é que este avanço só chegou para os mais abastados… os pobres continuam cada vez mais pobres, e sem forças para lutar.

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